28
Mar
Por Helen Jacintho
Temos recebido uma enxurrada de notícias sobre o aumento das recuperações judiciais no agronegócio nacional, um barulho ruim e desproporcional quando analisamos os números. Sem dúvida estamos enfrentando um ano desafiador, uma conjuntura de quebra de safra com queda de preços, não será uma safra recorde, a rentabilidade do produtor será menor, entretanto o produtor rural, como qualquer empresário, conta com anos bons e ruins.
O setor viveu 5 anos extraordinários de bonança, com preços de commodities nas alturas, entretanto, esta variabilidade faz parte do negócio. Depois de anos de excelentes resultados, o agronegócio nacional tem enfrentado a tempestade perfeita, uma conjunção de redução dos valores das commodities, somado a efeitos climáticos sobre a produção agrícola, além do descasamento dos valores das commodities e dos maquinários e insumos adquiridos.
O setor é resiliente e continuará como o principal pilar da economia brasileira, produziremos uma safra menor, mas será uma grande safra, que irá diminuir a inflação do país, produzindo alimentos a preços acessíveis para nossa população e equilibrando a balança comercial brasileira através das exportações.
O setor não “quebra” por uma única safra, se esta situação se repetir por duas, três safras, aí sim, estaremos falando de uma crise. O que houve até o momento, foi excesso de otimismo e que levou a um erro de estratégia do produtor, de não vender a produção antecipadamente, aproveitando os preços altos, o que acarretou um acúmulo de produto. Se o produtor tivesse vendido antecipadamente, estaríamos enfrentando somente o problema climático que resultou na quebra de safra. O setor trabalha historicamente com a flutuação das commodities, a queda da soja iria ocorrer de qualquer maneira.
Fonte: Forbes Agro (forbes.com.br)